Campina Grande lidera o ranking de casos de violência contra idosos na Paraíba, segundo os dados mais recentes da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Humano (Sedh) referentes ao ano de 2012.
Foram registrados 656 casos de violência, enquanto que em João Pessoa, maior cidade do Estado, ocorreram 587 casos. Em toda a Paraíba foram 2.856 casos de violência contra a pessoa idosa. Os números dizem respeito aos casos registrados no Disque Denúncia da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, mais conhecido como 'Disque 100'.
Conforme explica a coordenadora da Política Estadual do Idoso e da Pessoa com Deficiência da Sedh, Gabrielle Vasconcelos, esses casos de violência não incluem apenas agressões físicas, que são apenas uma parte do problema. Ao contrário do que as pessoas imaginam, explicou ela, o maior número de ocorrências, cerca de 50%, está relacionado com casos de negligência em relação ao idoso.
Dentro dessa realidade estão inseridos os casos em que a família não realiza os cuidados básicos de que o idoso necessita, como a administração correta dos medicamentos, acompanhamento médico, procedimentos básicos de higiene e cuidados com a alimentação. Além da responsabilidade da família, a negligência também inclui os casos de motoristas de ônibus que não param para o embarque de idosos ou que não os tratam de forma adequada, bem como qualquer outro caso em que haja tratamento inadequado ou desrespeitoso a quem já ultrapassou os 60 anos.
Depois dos casos de negligência, segundo a Secretaria, o tipo de agressão mais recorrente no Estado são os casos de violência psicológica, que representam 27% dos casos computados. Em seguida vem o que o a Sedh chama de “violência patrimonial”. Esses casos, que segundo Gabrielle tem se tornado cada vez mais comuns e representam 13% dos casos, englobam situações em que há exploração financeira dos idosos, como a apropriação de suas aposentadorias ou realização de empréstimos consignados sem permissão. As demais situações apuradas pelo levantamento da Secretaria são as ocorrências relacionadas com violência física (11%), discriminação (1%) e violência sexual (1%).
Déborah Souza-Jornal da Paraiba