Paraíba tem um carro para cada quatro habitantes

A compra de um carro faz parte do sonho de consumo de praticamente 10 em cada 10 brasileiros. Na Paraíba, a tendência é a mesma. Cada vez mais os paraibanos estão trocando o transporte coletivo pelo veículo próprio, devido à facilidade do crédito e da redução dos juros de financiamento. O reflexo disso é o caos que se instala no trânsito das duas principais cidades do Estado, João Pessoa e Campina Grande.

O conforto e a privacidade que o carro proporcionam a determinada parcela da população, representam consequências sérias para todos que estão no trânsito – seja condutor, seja pedestre. Pelas regras da sociedade, ter um carro é sinônimo de poder e status, mas há quem garanta que é também uma questão de necessidade.

Seja lá o que for, o aumento da frota e a falta de planejamento nas cidades resulta em um trânsito desordenado e congestionado, como acontece em João Pessoa e Campina Grande diariamente.

A quantidade de veículos na Paraíba não para de crescer. Segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), são 916.094 veículos em circulação. Só nos quatro primeiros meses deste ano, outros 19.079 novos veículos chegaram às ruas. A maior concentração está na capital e em Campina Grande, onde o trânsito pede socorro.

A cada novo carro ou moto que se insere no trânsito, o desafio dos gestores públicos aumenta também. A junção da falta de planejamento e o aumento acelerado da frota agravam o problema da falta de mobilidade urbana. O aumento da frota de veículos particulares pode ser explicado também pela ineficiência do transporte público coletivo.

Sobre essa situação, o superintendente Nilton Pereira, da Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) de João Pessoa, disse que uma serie de intervenções vem sendo feitas para resolver questões pontuais. Segundo ele, as pequenas mudanças feitas no trânsito da capital estão em consonância com o projeto maior, que inclui o PAC da Mobilidade Urbana e tem o objetivo de pensar em um trânsito tranquilo pelo menos pelos próximos 20 anos. “Temos que respeitar o que está previsto a longo prazo”, afirmou.

Jornal da Paraíba