Levantamento revela que 20 dos 36 deputados estaduais possuem conta no Twitter, mas apenas 12 usam

Criado em março de 2006, o Twitter, rede social em que o usuário escreve mensagens de no máximo 140 caracteres, tornou-se uma das mais importantes ferramentas de interação da internet, contando atualmente com mais de duzentos milhões de usuários em todo o mundo. E o crescimento desse número é vertiginoso, com quase meio milhão de novas contas sendo criadas todos os dias. O grande "boom" do Twitter aconteceu em 2008, quando o microblog teve papel relevante na campanha de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos. 

Diante de números tão convincentes e com comprovada capacidade de mobilização, a ferramenta passou a ser instrumento indispensável na atividade política. O grande diferencial do Twitter em relação a outras redes sociais está na sua ampla capacidade de interação. Com ele, o fã pode dialogar com o artista, o eleitor com o candidato, o cidadão com o mandatário. Para políticos e empresas, o grande atrativo é a vasta aglomeração de pessoas num mesmo espaço virtual. 

Na Paraíba, o primeiro político a ganhar destaque pelo uso frequente dessa rede foi o ex-governador Cássio Cunha Lima. De início, houve dúvidas quanto à legitimidade do perfil, até que o próprio Cássio confirmasse, em outras mídias, que era o proprietário da conta e que ele mesmo, e não um assessor, escrevia as mensagens quase diárias. Passada a eleição, embora em menor frequência, Cássio continua interagindo com seus seguidores no microblog.

O mesmo não fazem alguns outros eleitos. Na semana passada, a Assembleia Legislativa divulgou que cerca de 60% dos deputados estaduais paraibanos utilizam as redes sociais. Segundo a matéria, 21 dos 36 parlamentares mantêm conta no Twitter. Na verdade, um levantamento feito na última sexta-feira revela que, somados os 36 deputados em exercício mais os dois que estão licenciados por comandarem secretarias (Manoel Ludgério e Adriano Galdino), destes 38 parlamentares, apenas vinte - logo, pouco mais da metade - estão inscritos no microblog. 

O que não seria ruim, se não fosse um detalhe. Destes vinte, oito deixaram de usar a ferramenta (apesar de manterem as contas ativas) ou dela fazem uso muito raramente. Ricardo Marcelo (PSDB), Lindolfo Pires (DEM) e Trocolli Júnior (PMDB) não escrevem nada desde a campanha. O último "tweet" (recado) de Janduhy Carneiro (PPS) foi no início de março; o de Manoel Ludgério (PDT), em fevereiro, mesmo caso de Guilherme Almeida (PSC); o petista Frei Anastácio não diz nada desde novembro; sumido desde outubro, outro petista, Anísio Maia, apareceu timidamente esta semana. Daniella Ribeiro (PP), passada a eleição, encerrou sua conta, alegando problemas com vírus - o que nem explica nem justifica. Esse quadro nos levaria à conclusão de que menos de um terço dos nossos deputados estaduais usam frequentemente o Twitter. Mas, ainda assim, a conclusão estaria equivocada, porque nem mesmo entre eles é possível usar o termo "frequentemente". Dos doze que deixaram algum recado nos últimos dias, a maioria faz isso esporadicamente. Branco Mendes(DEM), por exemplo, só o fez dez vezes desde que criou sua conta.

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Quatro dicas para os políticos

Não vale deixar o Twitter a cargo dos assessores. O sentido da ferramenta é a interação direta, não por intermediários.

Se, por motivo maior, alguma atualização for feita por um assessor, os seguidores devem ser comunicados disso. Se não, perde credibilidade.

Por mais que você tenha seguidores e seja impossível responder a todos, é preciso interagir. Mão única não cabe no Twitter.

Embora todo político seja naturalmente cioso da sua imagem, não dê retweets em todos os elogios que receber. Você será considerado um chato. 

LenildoFerreira