A lógica seria a mesma adotada pelo governador Eduardo Campos (PE) em relação ao Governo Dilma Rousseff. Ante seus evidentes planos de disputar o Governo do Estado, em 2014, Cássio teria de seguir o exemplo de Campos. “A menos que, obviamente, o senador não queira ser candidato, como o senador Cícero Lucena e o deputado Ruy Carneiro vêm insistindo tanto”, diz o girassol.
Os cargos de primeiro escalão indicados por Cássio: Adriano Galdino (Casa Civil), Coronel Euler (Comando da PM), Franklin Araújo (PBGás), Gustavo Nogueira (Planejamento), Luzemar Martins (Controladoria), Manuel Ludgero (Articulação Municipal) e Ricardo Barbosa (PAC e Suplan). Apesar de que, pelo que se diz, alguns se tornaram ricardistas nesses três anos…
Um deles: Ricardo Barbosa, que tem dado declarações arraigadas em favor da reeleição do governador RC e, apesar de reconhecer o direito de Cássio disputar o Governo, acredita que será derrotado por Ricardo numa disputa direta. Outro: Luzemar Martins que, nesse período de contato estreito com o governador, teria se afastado do senador tucano.
Pelo que especulam as línguas mais ferinas da praça, Cássio poderia estar tentando “vencer Ricardo Coutinho no cansaço”. Trocando em miúdos: Cássio prefere que Ricardo, incomodado com as manifestações em favor do tucano, venha a tomar ele próprio a iniciativa de romper. Assim, o governador assumiria o ônus das demissões.
Mas, certamente, há um prazo para essas acomodações. Sobretudo para Cássio. Deixar para romper muito em cima da eleição pode trazer um desgaste extra, capaz de passar a impressão de ter se aproveitado do Governo RC (com o seu latifúndio) para só romper na undécima hora. Uma marca ruim para sua imagem. Ou para a imagem que vem tentando construir desde a cassação.
Ricardo não está inocente a essas acomodações. Ao declarar, recentemente, estar preparado para enfrentar qualquer um, inclusive Cássio, nas urnas, o governador mandou um recado. E também estaria usando a tática de “vencer pelo cansaço” no sentido inverso. Ou seja, transfere para Cássio o ônus do rompimento, após ter, digamos, “usufruído” de seu Governo desde o início.
Se os dois realmente raciocinam assim, é esperar pra ver quem melhor se sairá nesse jogo, ou se, na verdade, estão apenas testando as forças para, no final, estarem juntos em 2014.
Fonte: Blog do Helder Moura