Antes da paralisação realizada pelos caminhoneiros, que causou um desabastecimento de gasolina em todo o país, Sebastião Miguel da Silva, técnico em Gás Natural Veicular (GNV), fazia cinco instalações de gás natural em carros por semana. Atualmente, ele comemora o aumento para 15 instalações por semana. Ele diz que esse número poderia ser ainda maior, caso estendesse a carga horária de trabalho.
Segundo dados da Companhia Paraibana de Gás (PBGás), a procura pela instalação desse tipo de combustível na Paraíba aumentou em 70% após a paralisação. O gerente de mercado industrial e automotivo da PBGás, Alairson Gonçalves Filho, explica que o motivo da procura são os benefícios de ter um carro abastecido por gás natural em momento de desabastecimento. "Durante o período de desabastecimento, naquelas filas quilométricas, quem tinha o carro a gás natural passava direto e abastecia. Porque abastecimento do gás natural é feito por gasoduto subterrâneo, não precisa de caminhão para transportar", disse.
Além disso, a economia desse combustível, em comparação com a gasolina, também contribuiu com o crescimento nas instalações. "O principal benefício entre a gasolina e o gás natural é a economia. Hoje a gente estima pelo dado técnico de 44% de economia, dependendo do veículo chega a 60% de economia", enfatizou o gerente.
Segundo dados técnicos fornecidos pela PBGás, o percentual de economia é calculado a partir do seguinte comparativo: para percorrer 100 km de carro utilizando a gasolina, o consumidor gasta, em média, R$ 44, enquanto rodar os mesmos quilômetros com gás natural custa R$ 24. Em um mês, caso o motorista percorra 100 km por dia, a economia chega a R$ 560. "Essa é uma economia significativa que vira qualidade de vida e apoio na renda familiar. Os motoristas que fazem a conversão usam os primeiros meses de economia para pagar o kit, e depois é só economia", comentou Alairson.
De acordo com o gerente comercial, as novas tecnologias permitem que o carro não tenha perda de desempenho com o GNV, além de contribuir para o meio ambiente. "É um combustível ecológico e social. Hoje, com os kits de 5ª geração, ele dialoga perfeitamente com o sistema de injeção dos veículos, não tendo perda de desempenho. Além disso, o gás natural emite 90% menos poluentes no ar. Ele é um combustível limpo porque a queima dele é completa".
O valor dos kits varia entre R$ 3 e R$ 5 mil. O técnico em GNV, Sebastião Miguel, explica que os preços são de acordo com a qualidade do equipamento. O kit de 5ª geração é o mais procurado, ele explica que o motivo é a tecnologia mais avançada. "Com o avanço no equipamento hoje, tanto faz andar no gás ou na gasolina. Não perde a força em nada", comentou o técnico.
Sebastião comenta que um dos diferenciais entre os novos kits é o fato do combustível ser injetável e não aspirado, como em gerações anteriores. "Na geração 5 ele vai ligar primeiro na gasolina para depois que esquentar a água ir para o gás. Antes ia direto no gás e fazia a mangueira e o tanque ressecar", disse.
Antônio Carlos da Silva é taxista há 21 anos e há 4 meses decidiu instalar o kit de GNV no seu carro. Ele conta que o principal motivo foi o alto preço da gasolina e a diminuição na procura pelos táxis. "A gasolina está inviável e a baixa movimentação por conta desses aplicativos de transporte, isso tudo forçou a gente a procurar um meio de economizar".
O taxista chegava a gastar R$ 1.300 com gasolina por mês, após a conversão, o custo passou para R$ 700. "A mudança foi interessante em relação à economia que estou tendo. Tirando a questão da manutenção e apesar do gás estar custando um valor consideravelmente alto, R$ 3,17, ainda consigo pagar menos", disse.
Fonte: Redação