UFCG: cria gasodutos para países pobres

UFCG: cria gasodutos para países pobresUm projeto ousado desenvolvido por um professor da Unidade Acadêmica de Engenharia de Produção da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e um Engenheiro Sanitarista e Ambiental da UEPb, promete revolucionar a engenharia e favorecer a instalação de gasoduto para países pobres com custo baixo e tecnologia acessível.

Batizado de “Materiais Compósitos Poliméricos com Reforço de Fibra de Vidro para Dutos de Aço”, o projeto de pós doutorado desenvolvido pelo professor Francisco Kegenaldo Alves de Sousa e seu filho Matheus Urtiga Sousa, já teve a sua patente registrada.

O projeto conforme explica Kegenaldo, que fez o pós doutorado no Japão, na Ehime University, e trouxe a experiência para o Brasil, consiste na produção de dutos com novo material para a reparação e reabilitação de dutos. A ideia é usar um aço de menor graus

API reforçado com material compósito para substituir os produtos atualmente utilizado pela engenharia. A nova tecnologia cria uma tubulação mais resistente, para transportar gás natural de um lugar para outro, proporcionando desenvolvimento nos países beneficiados. Além disse, as técnicas empregadas minimizam as ações impactantes que o empreendimento necessita fazer para construir o gasoduto.

A utilização de materiais compósitos para a aplicação como reforço de aço é recente no mercado, e segundo Kegenaldo, pode obter tubos de alta resistência mecânica, minimizando os problemas relacionados com o processo de soldadura e de corrosão sob tensão.

O que faz a diferença entre o material e o usado atualmente é a vida útil e custo. Em termos de custo, o material usado no projeto do professor da UFCG e seu filho, será acessível para os países pobres não porque o custo é bem menor em comparação com o que está atualmente disponível, mas devido também ao incremento da sua vida útil que é de 33%.

“Assim, beneficiaríamos os países pobres com tecnologia acessível fornecendo-lhes os tubos com paredes e aço reforçado com resina + fibra de vidro” explicou.

Segundo os autores do projeto, hoje, a grande maioria dos gasodutos são muitos caros para esses países pobres que não podem pagar para obtê-los. Para Kegenaldo, a utilização de materiais tais como fibra de vidro, resina e aço 1020 em reparação e reabilitação de dutos é um novo conceito com o potencial para melhorar a reparação gasoduto.

“Os dutos usados atualmente são pesados e, quando usado por um longo período de tempo, a interação entre as suas paredes e do óleo faz com que o meio, deixem esses dutos frágeis causando a quebra” observou.

Em relação à tenacidade, essa propriedade deixa o duto mais flexível e previne a quebra. Este aliás, é um fator importante porque impede fugas provocadas por corrosão e à ruptura. O material é flexível porque é feita de resina epóxi e fibra de vidro.

Para verificar a resistência do material, Kegenaldo e Matheus, fizeram uma simulação de envelhecimento em laboratório através de banho de água em 60 graus Celsius durante 36 dias - um período equivalente a 15 anos - a fim de medir o tempo de vida e a resistência.

O gasoduto no projeto é tão resistente ao que é atualmente produzido, mas com algumas diferenças: Os nossos tubos serão mais baratos, porque eles vão ser produzidos com uma combinação de três materiais de baixo custo: aço 1020, resina e fibra de vidro.

O aço 1020, segundo ele está disponível em qualquer lugar, mesmo em países pobres. Existe ainda uma outra diferença nas propriedades físicas destes materiais, a tenacidade, elasticidade, resistência à tração e deformação, podem tornar os dutos flexíveis capazes de permanecerem intactos mesmo em diferentes alterações ambientais. Além disso, esses materiais terão 33% de vida útil sobre os mais usados atualmente.

Kegenaldo explica que o objetivo é beneficiar os países pobres com tecnologia acessível e de alta, proporcionando-lhes aços reforçados com fibra de vidro e paredes de resina. Ele observa que a utilização de materiais compósitos para aplicação como reforço de dutos de aço é muito nova e surge como uma alternativa para obtenção de dutos de elevada resistência mecânica, minimizando os problemas inerentes ao processo de soldadura, fiabilidade de hidrogénio e à corrosão sob tensão.

O pesquisador enfatiza que a utilização de materiais compósitos, tais como fibra de vidro, resina e aço 1020 para a reabilitação e a reparação de dutos é um novo conceito com o potencial para melhorar a reparação, além de aumentar o tempo de vida dos dutos. Além do mais, a partir das pesquisas, estudos e experimentos, os autores conseguiram desenvolver materiais de qualidade mais elevados capazes de melhorar as propriedades físicas tais como a resistência e tenacidade e aumento da vida útil.

Fonte: Redação