Paraíba tem 228 registros de sífilis em gestantes

Francisco França“Amar é cuidar e esse cuidado já começa na barriga. Quero ter a certeza que meu bebê vai nascer saudável e faço o que for preciso para isso acontecer”, declarou a comerciária Jailma Santana, 23 anos, que ontem participou do Dia D da Sífilis, promovido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), com a oferta de testes rápidos na Maternidade Frei Damião, em João Pessoa. A ação foi realizada em alusão ao Dia Nacional de Combate à Sífilis, lembrado na próxima segunda-feira. Neste ano, 228 gestantes já foram diagnosticadas com a doença e houve 182 casos da sífilis congênita em todo o Estado.

No ano passado, 472 grávidas tiveram o resultado positivo para a bactéria causadora da doença e neste ano, até o momento, foram 228 registros. Uma redução de 51,6%. Também houve diminuição de casos da sífilis congênita, já que no ano passado foram 237 diagnósticos contra 182 neste ano, 23,2% a menos.

Entre os serviços disponibilizados durante todo o dia, principalmente para as gestantes, puérperas (que deram à luz recentemente), mães dos pacientes internados, mulheres em geral e suas parcerias, estão os testes rápidos para sífilis, HIV, hepatites B e C, além da distribuição de material informativo e insumos, como preservativos masculino e feminino.

De acordo com a chefe do Núcleo DST/Aids/HIV/Sífilis da SES, Améris Ângela Araújo, a Maternidade Frei Damião foi escolhida para a realização do Dia D por se tratar de uma unidade de referência no Estado.

Améris Araújo explicou que a sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica, sexualmente transmissível, mas que o tratamento é simples, feito com medicamentos à base de penicilina benzantina, conforme o estágio da doença.

"O tratamento é oferecido em diversos serviços de saúde e nas referências do Estado e município, como em João Pessoa, nas Maternidades Frei Damião e Cândida Vargas, nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs) e Centro de Atenção Integral à Saúde (Cais), onde os testes são realizados e, se diagnosticado, o tratamento é iniciado imediatamente”, afirmou.

Na ação, ainda foi abordada a importância do diagnóstico e tratamento para as parcerias das mulheres, já que se o tratamento for feito tanto na gestante como em seu parceiro de forma adequada, interrompe-se o ciclo da doença entre eles, evitando a transmissão para o bebê. “O grande problema hoje da sífilis congênita é o fato de a gestante ser diagnosticada e tratada, enquanto seu parceiro não realiza o tratamento.

Consequentemente a gestante é infectada novamente e o bebê nasce com a doença”, ressaltou. “Hoje (ontem) é um dia de chamamento, mas durante a semana e todo o tempo, a população em geral pode se dirigir à unidade para fazer o teste”, completou.

O teste rápido é realizado por meio de coleta de sangue, digital ou venoso, e o resultado sai em 20 minutos, mas Améris frisou que embora o Dia D tivesse o foco no combate à sífilis, os demais agravos também foram analisados. “Quem tem HIV, por exemplo, está ainda mais suscetível a contrair qualquer outra doença sexualmente transmissível em virtude da baixa imunidade”, explicou.

Fonte: Jaine Alves-Jornal da Paraiba