Paraíba não registra casos de sarampo este ano

Rizemberg FelipeO número de pessoas infectadas pelo vírus do sarampo reduziu no último ano na Paraíba. Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) revelam que em todo o ano passado foram notificados 169 casos suspeitos da doença, dos quais apenas dez foram confirmados, enquanto que de janeiro deste ano até o último dia de setembro, nenhum caso foi confirmado. Nesse período, houve 38 registros de suspeita de sarampo, todos descartados após exames sorológicos realizados pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB).

Apesar disso, a SES recomenda a todas as secretarias municipais de Saúde do Estado que continuem em situação de alerta para captação oportuna de casos suspeitos de sarampo, tendo em vista a existência de surtos da doença nos Estados de Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro.

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, potencialmente grave, transmissível, extremamente contagiosa e muito comum durante a infância, porém acomete pessoas de outras faixas etárias. O vírus é transmitido diretamente de pessoa para pessoa, por meio das secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar, mas quem já teve a doença fica imune ao vírus, não podendo ser infectada novamente, segundo a chefe do Núcleo de Doenças Transmissíveis Agudas (NDTA) da SES, Anna Stella Pachá.

Ela explicou que o sarampo não tem tratamento, por isso precisa ser prevenido por meio da vacina tríplice viral, única medida de prevenção eficaz contra a doença, que é disponibilizada pelo calendário do Ministério da Saúde e encontrada em todos os postos de saúde do Brasil. “A cobertura de sarampo do Estado, segundo dados preliminares de janeiro a agosto deste ano, é de 111,37% para faixa etária de 1 ano de idade. Nosso objetivo é manter um alto nível de imunidade na população reduzindo a possibilidade da ocorrência da doença”, afirmou.

De acordo com Anna Stella Pachá, todos os casos suspeitos notificados são monitorados, garantindo a realização da coleta de exames específicos para a doença e o resultado laboratorial por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) estadual para confirmação ou descarte. Além disso, a SES orienta e dá suporte aos municípios na realização das ações de vigilância e imunização.

“A SES recomenda a todas as secretarias municipais a continuarem em alerta para captação oportuna de casos suspeitos de sarampo, já que há surtos da doença em outros Estados, como Pernambuco, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro, realizando imediatamente as ações previstas, como notificar o caso suspeito em até 24 horas, iniciar a investigação dos casos em até 48 horas. Também devem orientar o doente e a família quanto ao isolamento domiciliar ou hospitalar do paciente até o final do período de transmissibilidade de 4 dias após o início do exantema (erupção na pele), entre outras”, destacou.

Anna Stella acrescentou que os municípios com casos suspeitos notificados devem avaliar os já notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação para qualificarem as informações disponibilizadas de bloqueio vacinal dos contatos em até 72 horas e monitoramento de contatos por até 21 dias, coleta de amostras clínicas e encerramento oportuno dos casos, bem como as amostras de pesquisa de sorologia de casos suspeitos de dengue e rubéola que apresentaram febre e exantema, e deram negativas, devem ser testadas para sarampo para fins de diagnóstico diferencial.

EM JOÃO PESSOA 
Em João Pessoa, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todas as medidas orientadas pela Secretaria de Estado de Saúde são seguidas quando há suspeita de casos, onde as equipes de Saúde da Família realizam a coleta de amostras clínicas para sorologia e identificação viral, conforme orientações do guia de Vigilância Epidemiológica, atualização de cartão de vacinação de crianças, adolescentes e adultos, monitoramento rápido de cobertura vacinal da tríplice viral e busca semanal de casos em prontuários de hospitais e laboratórios públicos e privados.

ÚLTIMO REGISTRO EM CG EM 1975
Segundo dados do Sistema Nacional de Agravos (Sinan/net) do Sistema Único de Saúde, o último caso de sarampo registrado no município de Campina Grande foi no ano de 1975, quando na época os métodos de tratamento e cura da doença ainda eram discutidos com preocupação devido às frequentes epidemias que se espalharam no país.

De acordo com a secretária de Saúde de Campina Grande, Lúcia Dercks, a vacinação contra o sarampo é o principal método de prevenção. “Há muito tempo não temos nenhum caso registrado em nosso município, isso porque a vacinação preventiva é responsável por um resultado positivo quanto à saúde das pessoas. Nós temos hoje a disponibilização da vacina em todas as unidades de saúde nos bairros”, disse.

Lúcia Dercks disse que o controle da vacinação contra o sarampo é feito pela Secretaria de Saúde a partir do cartão de vacina de crianças, e nas pessoas que ainda não receberam a dose. “A vacina é gratuita e pode ser feita em qualquer unidade de saúde. O público-alvo inicial é em bebês a partir do nono ano de vida em duas doses, porém, crianças também podem receber a vacina”, comentou. 

Fonte: Jaine Alves-Jornal da Paraiba