Durante a reunião climática realizada pelo CPTEC/INPE, juntamente com o INMET e os centros estaduais de Meteorologia, foi elaborada a previsão de consenso para o trimestre que inicia em maio e termina em julho de 2011 (MJJ/2011). Embora com sinais de declínio nas regiões central e leste do Pacífico Equatorial, o fenômeno La Niña ainda poderá influenciar a distribuição de chuvas sobre o norte das Regiões Norte e Nordeste do Brasil, onde a maior probabilidade prevista é de valores na categoria acima da normal climatológica.
Esta previsão também se estende para o leste da Região Nordeste, porém está relacionada principalmente ao aquecimento das águas superficiais na região do Atlântico Tropical, que pode favorecer o aumento na frequência de distúrbios de leste. Na Região Sul, as chuvas estão previstas em torno da normal, porém com grande variabilidade espacial e temporal ao longo deste trimestre, especialmente nos setores central e oeste, onde os valores ainda podem refletir num padrão ligeiramente abaixo da normal climatológica.
Nas demais áreas do Brasil, a categoria prevista como mais provável é de chuvas em torno da normal climatológica. É importante mencionar, contudo, a diminuição climatológica que ocorre na distribuição das chuvas sobre as Regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil no final do outono e início do inverno.
A previsão de temperaturas aponta para valores em torno ou ligeiramente acima da normal climatológica na maior parte do Brasil, mantendo-se a tendência de incursão de massas de ar frio mais intensas intercaladas por períodos menos frios na Região Sul e a menor amplitude entre valores máximos e mínimos de temperatura no leste do Nordeste e no extremo norte do Brasil, onde há previsão de chuvas na categoria acima do normal durante MJJ/2011.
O considerável aumento das chuvas na Região Sudeste do Brasil, onde os totais pluviométricos ocorreram abaixo do esperado nos dois primeiros meses de 2011, esteve associado à formação de dois episódios da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e à forte modulação da Oscilação Madden-Julian (OMJ), cujo sinal foi favorável às chuvas principalmente durante a primeira quinzena de março. Esta oscilação deve continuar modulando as chuvas nas Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil, o que garante a continuidade da distribuição irregular das chuvas pelo menos até o início do trimestre MJJ/2011. Por outro lado, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que atuou ao norte de sua posição climatológica, mostrou-se consistente com a ocorrência de chuvas abaixo da média histórica no norte do Nordeste em março.
Rodrigo Cézar Limeira (meteorologista) – equipepatosonline.com