“Esta concentração de maternidades e profissionais nas duas maiores cidades do Estado causa superlotação e problemas graves na assistência às mães e seus bebês”, destaca o médico. De acordo com o “Observatório da Criança”, publicado pela Fundação Abrinq, em abril deste ano, a Paraíba é o terceiro estado do Brasil com o maior número de mortes de mães: a cada 100 mil partos de nascidos vivos, há 87,4 óbitos. O estado está distante da meta de 35 óbitos estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Para discutir este problema,o CRM-PB vai realizar uma audiência pública, na próxima quarta-feira (5), às 14h, na delegacia do Conselho em Campina Grande, com representantes do poderes públicos. Além de debater estes dados, a sessão vai propor uma nova maternidade pública em Campina Grande.
Segundo o vice-presidente do CRM-PB, o problema se torna mais grave em Campina Grande por concentrar pacientes vindas do interior paraibano e ainda de estados vizinhos. Além disso, a cidade conta apenas com uma maternidade pública, o ISEA. “Há uma estrutura hospitalar insuficiente no interior do estado, com equipes incompletas para a assistência obstétrica. Também houve fechamento de leitos obstétricos nos municípios de pequeno e médio porte. Tudo isso vem contribuindo para o agravamento do problema”, explicou.
Ele acrescentou que Campina Grande precisa urgentemente de outra maternidade pública para que as pacientes possam ser atendidas adequadamente e sem riscos. “Vivemos um problema sério. Apenas uma maternidade pública não é suficiente, não há como atender. Por mais que se reforme, adapte, adeque, jamais teremos condições de abarcar toda essa população que vem para Campina Grande”, disse.
Fonte: Wscom