Novo arcebispo da Paraíba é paraibano e nasceu em Alcantil; conheça a trajetória de Dom Genival Saraiva de França

De uma família muito católica do interior da Paraíba, Dom Genival nasceu em Alcantil, no Agreste do estado, no dia 3 de abril de 1938 e logo cedo foi para a capital João Pessoa, no início da década de 1950. Em 1958, ouvindo o chamado do Senhor, entra para o Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde conclui seus estudos da Filosofia, em 1960.

Em 1961, viaja para longe de sua terra natal, e vai para o Sul do país, em Viamão, no Rio Grande do Sul, onde conclui a Teologia, em 1964, no Seminário da Imaculada Conceição.

Em 1° de janeiro de 1965 é ordenado presbítero, em Campina Grande, sua diocese de origem.

Intelectual, professor e político
Naquele tempo, a grande maioria dos sacerdotes e seminaristas não tinham o seu curso reconhecido pelo MEC, pois eram organizados pelos seminários diocesanos ou de ordens e congregações religiosas.

Seu interesse pelos estudos é tamanha, que em 1971 reconhece o curso de Filosofia pela UNICAP, em Recife.

Vai para Roma, em 1974, e cursa o Mestrado em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Salesiana, concluindo em 1981.

É professor universitário aposentado por duas grandes instituições de ensino do Nordeste e Brasil, a saber: Universidade Federal da Paraíba e Universidade Estadual da Paraíba.

Teve ainda passagem em cargo político, como Secretário de Educação Municipal de Campina Grande.

Atividades antes do Episcopado
    Pároco da Paróquia N. Sra. do Rosário;
    Coordenador Pastoral da Diocese de Campina Grande;
    Vigário-Geral da Diocese de Campina Grande;
    Professor da Rede Estadual de Ensino;
    Professor da Universidade Estadual da Paraíba;
    Professor da Universidade Federal da Paraíba.

Episcopado
Com a renúncia canônica de Dom Acácio Rodrigues Alves, em 12 de julho de 2000, fora nomeado bispo para a Diocese de Palmares, por Sua Santidade, o Papa João Paulo II.

É sagrado bispo em 23 de setembro de 2000, em Campina Grande, e toma a 28 de outubro de 2000, na Catedral Nossa Senhora da Conceição dos Montes, em Palmares. Ficou por 13 anos como pastor da Igreja Particular de Palmares, até o dia 19 de março de 2014, onde fora acolhida a sua renúncia canônica por Sua Santidade, o Papa Francisco, e nomeação de seu sucessor, Dom Henrique Soares da Costa.

No dia 9 de maio de 2011 foi eleito durante a 49ª Assembleia do Episcopado Brasileiro em Aparecida do Norte entre os bispos dos estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, presidente do Regional Nordeste-2 da CNBB, mandato que teve o seu término em 2015.

Atualmente é Vigário-Geral da Arquidiocese de Olinda e Recife, e Administrador Paroquial da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, no bairro de Casa Forte, em Recife.

Carta do Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba, Dom Genival Saraiva de França.
Ao Clero, aos Religiosos, Religiosas, Seminaristas, Animadores Pastorais – Leigos e Leigas, e à População da Arquidiocese da Paraíba:

Eu vim para servir (cf. Mc 10, 45).

Como ensina o Concílio Vaticano II, a Igreja é o povo de Deus e a “Diocese é uma porção do povo de Deus confiada a um Bispo para que a pastoreie em cooperação com o presbitério”. A Diocese torna-se vacante com a morte, renúncia ou transferência de seu Bispo. Hoje, 6 de julho, a Arquidiocese da Paraíba tornou-se vacante com o pedido de renúncia apresentado por Dom Aldo di Cillo Pagotto, que foi acolhido pelo Papa Francisco. A solicitude da Igreja provê a forma de administração da Diocese em sua vacância. Por isso, o Papa Francisco nomeou-me Administrador Apostólico, através de Decreto da Congregação para os Bispos, função que devo exercer “até que o Arcebispo, que deve ser eleito, tome posse canônica”. Não me apresento hoje aos arquidiocesanos da Paraíba porque me encontro no Ceará até a próxima sexta-feira, orientando o retiro espiritual de uma parte do clero da Arquidiocese de Fortaleza. Com esta comunicação, desejo afirmar a todos que chegarei, brevemente, com a disposição de servir. Em Jesus, encontramos o melhor exemplo de serviço. Além do espírito eclesial, que todos nós devemos cultivar, em mim a motivação para servir à Arquidiocese da Paraíba tem uma linguagem afetiva, pelo fato de ser paraibano e de ter residido na cidade de João Pessoa, durante oito anos, como aluno do Seminário Imaculada Conceição.

Como João Batista, que preparou o povo para acolher Jesus, o Cordeiro de Deus, que já estava no seu meio, chego para ajudar ao povo de Deus da Arquidiocese da Paraíba a preparar o seu coração para a chegada do seu novo Arcebispo Metropolitano. A fim de que possa exercer bem a função de Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba, torno minha a prece do salmista: “Dai-me bom senso, retidão, sabedoria” (Sl 118, 66). Tendo consciência de não ser fácil administrar uma instituição, especialmente num contexto de transição, peço, com humildade: “Senhor, dai-me serenidade para eu aceitar as coisas que eu não posso mudar. Dai-me coragem para eu mudar as coisas que eu posso mudar. Dai-me discernimento para eu conhecer a diferença”. Que, por esse discernimento, eu possa contribuir para a prática da comunhão e da unidade em nossa Arquidiocese, seguindo esse ensinamento de Santo Agostinho: “Nas coisas essenciais, a unidade; nas coisas não essenciais, a liberdade; em todas as coisas, a caridade”. Sei que posso contar com a oração e o apoio solidário do clero, das comunidades religiosas e das forças pastorais da Arquidiocese da Paraíba, para fiel cumprimento da missão que me foi confiada.

Ao expressar a Dom Aldo Pagotto o agradecimento da Arquidiocese da Paraíba pelo bem que fez, em seu pastoreio, posso testemunhar-lhe, por experiência, que a renúncia ao governo diocesano não é demérito para nenhum Bispo, por ter completado 75 anos, como no meu caso, ou em razão de enfermidade, como no seu caso. Os Bispos eméritos continuam servindo à Igreja, de muitas maneiras. Motivado para viver a comunhão fraterna e para colaborar na ação evangelizadora, uno-me aos Bispos da Província Eclesiástica da Paraíba, no seu dedicado trabalho pastoral, em suas respectivas Dioceses de Cajazeiras, Campina Grande, Guarabira e Patos.

Vamos viver este tempo de vacância da Arquidiocese da Paraíba com um coração misericordioso, no espírito do Jubileu da Misericórdia.

Assista-me a graça de Deus e me proteja “excelsa Virgem das Neves”, nesta missão de servir, como Jesus!

Guaramiranga (CE), 6 de julho de 2016

Dom Genival Saraiva de França
Administrador Apostólico da Arquidiocese da Paraíba

Fonte: GiroPB