Médicos peritos do INSS voltam ao trabalho “em estado de greve”

18012016_mdicosperitos_govdeESDepois de quase 140 dias de paralisação, os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) retornarão aos postos no dia 25 de janeiro, próxima segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia pelos profissionais, que acordaram voltar ao trabalho em "estado de greve".

Dessa forma, de acordo com a Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência Social (ANMP), os peritos irão priorizar atendimentos essenciais, isto é, pessoas que nunca passaram por perícia para ter direito aos benefícios concedidos – auxílio doença e aposentadoria especial por invalidez.

Essa é uma forma de, no "estado de greve", a categoria atender parte das demandas, mas continuar as negociações com o governo. Até a volta de todos aos postos de trabalho, essa semana será preenchida com 30% do pessoal na atividade.

A entidade calcula que, no período da greve, 2,1 milhões de perícias deixaram de ser feitas. O tempo médio de espera para o agendamento saltou de 20 dias para 80 dias.

Pauta
Os médicos do INSS pedem aumento salarial de 27,5% em, no máximo, duas parcelas anuais. Além das questões salariais, também querem a redução da carga horária de 40 horas para 30 horas semanais, a recomposição do quadro de servidores e o fim da terceirização da perícia médica.

A entidade diz que procura melhorar as condições de trabalho, já que, segundo ela, quase três mil peritos abandonaram a carreira em um período de cinco anos. O que significa que a taxa de evasão é de 2 peritos por dia útil.

O governo disse que já apresentou proposta que contempla a maioria dos pontos exigidos na mesa de negociação. A exigência dos médicos de redução da jornada de trabalho de 40 para 30 horas semanais sem perda de remuneração, no entanto, é um ponto de discordância.

De acordo com o Ministério do Planejamento, foi oferecido aos peritos médicos reajuste de 10,8%, a ser pago em duas vezes, e reajuste dos benefícios sociais - as mesmas condições das demais categorias do funcionalismo.

Fonte: CNM