Em CPI, Oi reconhece que há problemas para operações na Paraíba

Oi foi ouvida na CPI da telefonia da ALPBA Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel entrou em uma nova fase nessa segunda-feira (14) com o depoimento do diretor de Relações Institucionais da Oi, Frederico de Siqueira Filho, que fez uma apresentação dos investimentos nos últimos cinco anos e reconheceu que há problemas.

O deputado Bosco Carneiro disse que a Oi não tem qualidade nos serviços prestados na Paraíba porque tem um déficit de mais de mil antenas. "Temos atualmente 483 antenas no estado quando o necessário seria 1.496", disse. A deputada Camila Toscano destacou que em Guarabira há apagões e a oscilação do sinal existe a todo momento. Já Janduhy Carneiro ratificou que desde 2012 ele próprio acionou o Ministério Público por conta dos apagões. 

O deputado Ricardo Barbosa questionou o que a empresa tem elaborado para ampliar todas as cidades do estado e denunciou que recebe mensagens da empresa sobre premiações que não são autorizados pelos usuários. Inácio Falcão destacou que em Campina Grande não há sinal de celular em algumas localidades, como o distrito de São José da Mata, e as operadoras não investem em tecnologia para amenizar o sofrimento da população com a falta de sinal.

Frederico relevou ainda que a construção de anéis óticos entre João Pessoa e Patos permite a comunicação de dados que vem do interior para Capital, além de implantação e ampliação para Campina Grande da rede 4G e modernização das redes de 3G e 2G. 

"Sabemos que a empresa ainda tem problema e estamos lutando para tentar minimizar. Fizemos algumas coisas para melhorar o tráfego dos dados, mas sabemos das dificuldades existentes. Hoje a Paraíba não depende de nenhum outro estado para atingir a demanda de tráfego de informações, com a ampliação de 26% na capacidade de tráfego de voz e 417% a capacidade de tráfego de dados”, disse.

O diretor da Oi, Frederico de Siqueira Filho, revelou que existem atualmente 1,619 milhão de linhas de telefones móveis e nos últimos quatro anos foram investidos R$ 202 milhões, especialmente em transmissão de dados para telefones celulares, nas 84 cidades atendidas pela empresa.

O segundo depoimento dessa sessão pública foi do presidente da Associação Brasileira dos Usuários de Serviços de Telecomunicações (Abust), Eduardo Rocha. Ele explicou que o problema da telefonia é dividido entre a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que é inoperante a não fiscalizar, as operadoras que não fazem investimentos e o governo que não burocratiza a instalação de novas antenas. 

O presidente da Abust ressaltou ainda que a Paraíba está perdendo investimentos no setor privado, em especial na área de tecnologia. "O empresário, ao se deparar com um problema deste, e números proporcionais que demonstra que o estado tem 60% menos antenas que Minas Gerais e 70% menos que São Paulo, desiste de trazer seu investimento. As empresas não têm interesse de investir aqui porque a infraestrutura de telecomunicações é pior", disse.

Fonte: Redação