Se não reagir, oposição corre sério risco de assistir uma 'fácil reeleição' de Ricardo Coutinho em 2014
Terminadas as movimentações partidárias no deadline permitido pela Legislação Eleitoral para filiações, o governador Ricardo Coutinho tem muito o que comemorar. Criticado pela falta de trato com a classe política da Paraíba, o socialista nem precisou usar tanta tinta da sua caneta para dar um 'no tático', como diriam os comentaristas esportivos, nos seus principais concorrentes ao Palácio da Redenção. No deadline das filiações partidárias, o governador fez valer a máxima do Duque de La Rochefoucauld, que dizia que “a maior de todas as habilidades é saber esconder a própria habilidade".
O 'nó tático' aplicado por Coutinho foi tão eficiente que quase vitimava até o vice-governador Rômulo Gouveia, na cômica novela envolvendo o irmão do prefeito Romero Rodrigues, Moacir Rodrigues, que decidiu se filiar ao PSD horas depois de assinar a ficha no PSB um dia depois de apalavrar o acerto com Rômulo. Episódio bastante inusitado.
Mas a verdade é que foram o senador Cássio Cunha Lima e, especialmente, o ex-prefeito Veneziano Vital do Rêgo os grandes alvos do laço ‘ricardista’. E ambos parecem ter sentido o baque, principalmente o 'cabeludo', que não tem mandato e joga todas as fichas em 2014.
A não assunção do seu irmão Vitalzinho no Ministério da Integração foi um duro golpe no PMDB da Paraíba. Com a caneta na mão, certamente teria revertido muita coisa e, em apenas dois dias, certamente teria filiado muita gente. A resistência do blocão PT-PP-PSC em dialogar com o PMDB tem sido outra barreira intransponível no caminho do 'cabeludo', que almeja unir as oposições.
Obstinado, Veneziano sabe que entrará como franco atirador em 2014, tentando repetir a virada das eleições municipais de 2004, quando de simples vereador tornou-se prefeito de Campina Grande. O 'cabeludo', por experiência própria, sabe que na política, assim como no futebol, também existe a zebra.
Já o senador Cássio Cunha Lima, que até então lidera as pesquisas para sucessão estadual, parece acuado nós últimas deviso a saída de tucanos para o PSB e a manobra de Efraim Morais que impediu a migração de deputados do Democratas para o PSDB, que já dada nos bastidores como favas contadas. No cômputo geral, os tucanos não conseguiram filiar nenhum político com mandato, destacando-se apenas a suplente em exercício, Iraê Lucena. Apesar da vontade das ruas apontar na direção da sua candidatura em 2014, o tucano insiste em contrariá-la e descarta a possibilidade de antecipar qualquer posicionamento sobre 2014 ainda este ano.
A postura dúbia de Cássio, no entanto, acarreta sérios riscos a sua imagem, pois o eleitor em geral gosta de clareza, e quando sentir a falta dela por mais tempo, tende a deixar o tucano menor que Ricardo e Veneziano, pois os dois pré-candidatos tem sido claros nas suas intenções, ao contrário de Cássio.
A tese de candidatura própria do PSDB, tão decantada pelo deputado Ruy Carneiro corre sério risco de morrer a míngua devido a falta de clareza demonstrada por Cássio. E se, por acaso, o senador mudar de ideia e quiser ser candidato lá na frente, poderá ser tarde demais. E os seguidores cassistas, cansados de esperar, já terão se dispersado.
Sem a certeza das intenções de Cássio, aliados do senador Cícero Lucena, por exemplo, já começam a falar num tal "V' de Vingança", e, consequentemente, desmobilizam o PSDB.
Ponto para Ricardo Coutinho, que costurou no prazo final dos partidos um 'nó' difícil de ser desatado pela oposição. E pelo menos, por ora, o governador tem razão para subestimá-la quando diz que “qualquer analista pode perceber que a oposição saiu muito mais fraca do processo de filiações”.
O fato é que se não reagir a essa realidade, a oposição pode assistir a reeleição de Ricardo Coutinho se tornar mais fácil do que poderia imaginar o mais otimista dos girassóis.
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Fonte: Ytalo Kubitschek-PB Agora