Segundo o agrônomo do IBGE, José Rinaldo de Sousa, a forte estiagem que assola o Sertão pelo segundo consecutivo foi o responsável pela nova queda na produção de grãos no Sertão.
"Os municípios que chegaram a plantar na região tiveram perdas superiores a 95% e isso influenciou diretamente a produção de grãos, pois o Sertão é responsável por 40% da produção sobretudo de milho e feijão, as duas principais culturas", revelou José Rinaldo.
COMPARAÇÃO
Já comparada a safra de 2012, que praticamente foi considerada uma safra perdida, cujo volume foi de apenas 11.843 toneladas, a produção de agosto/setembro expandiu 414%.
O agrônomo José Rinaldo lembra que uma safra média em anos normais de chuvas na Paraíba chega a produzir 200 mil toneladas, ou seja, uma realidade bastante longe da produção dos últimos anos no Estado.
Apesar de uma produção maior, houve uma redução de 24,3% da área plantada em comparação com 2012. Segundo o coordenador do GECEA, José Rinaldo de Sousa, a estiagem continua forte, mas não tem afetado todo o Estado. Isso favorece o cultivo em algumas regiões do estado. “Cerca de 97% dessa produção está localizada nas regiões do Litoral e do Agreste”, disse.
CULTURAS
O número, que é positivo quando comparado com 2012, passa a ser negativo quando a comparação é feita com a segunda estimativa de safra, divulgada em maio.Nesse paralelo, a redução foi de 15.621 toneladas. Os produtos que puxaram a retração dos números durante o levantamento foram arroz (- 46%), algodão herbáceo (- 41%), feijão (-25,5%), milho (-16,4%), fava (-13,4% ) e amendoim (-3,3%).
Ao todo, durante a pesquisa foram obtidos dados referentes a 39 produtos, cuja área explorada alcança um total de 364.998 hectares, dos quais 137.088 estão sendo ocupados com lavoura temporária e 227.910 com culturas permanentes.
Segundo os dados do IBGE, em setembro a área explorada com leguminosas, oleaginosas e cereais totaliza 119.180 hectares, que comparados com o mês da pesquisa anterior mostra uma redução de 14,6% na superfície cultivada, que em maio estava estimada em 134.712 hectares.
Ao avaliar as chuvas que caíram na Paraíba de janeiro a agosto deste ano, o GCEA mostrou que as precipitações surgidas na segunda quinzena de maio não foram suficientes para irrigar as plantações. Os agricultores que realizaram plantio nesta época no Sertão tiveram perdas de 95% de suas culturas, porque as poucas chuvas foram seguidas de uma longa estiagem.
Segundo José Rinaldo, o último levantamento do ano será divulgado em dezembro, mas não terá tantas modificações em relação ao relatório de dezembro. "Como o litoral não possui produção de grãos e o Agreste já concluiu a área, termos poucas modificações".
Fonte: Alexssandra Tavares-Jornal da Paraiba