Veja a estratégia usada para a ocupação do Complexo do Alemão


A retomada do Complexo do Alemão neste domingo (28) foi a maior ofensiva contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro e contou com uma tropa de 2,7 mil homens, sendo 1,2 mil policiais militares, 400 policiais civis, 300 policiais federais e oitocentos militares do Exército.
O morro do Alemão fica no subúrbio do Rio de Janeiro em meio de dois imensos conjuntos de favelas, cercados por dez bairros e há alguns anos é uma região conflagrada.
Os mais de 30 carros blindados das polícias Civil e Militar e da Marinha foram fundamentais para a operação. Eles tinham a missão de abrir caminho e ultrapassar as barreiras montadas pelos bandidos. A ação contou também com nove helicópteros dando cobertura. Em vôos rasantes, os policiais armados garantiram a entrada das tropas.
O trecho da Rua Itararé com Joaquim Queiroz foi alvo dos bandidos nos últimos dias. De lá partiram diversos disparos e foi por ali que a ofensiva partiu para que a polícia assumisse os lugares antes estratégicos para os traficantes.
Em vinte minutos após o início da operação os policiais civis chegaram até uma região central conhecida como Areal.
A missão de ocupar as áreas mais altas, como a Serra da Misericórdia, ficou com 270 homens do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, o Bope. Foi por esta serra que chegaram ao Alemão os bandidos que fugiram da Vila Cruzeiro na quinta-feira passada (25). A reconquista da área era importante porque dali os traficantes tinham uma visão privilegiada da entrada de policiais nas partes baixas da comunidade.
A tropa do Bope avançou também por outros acessos da Rua Itararé, uma das principais do Morro do Alemão. Um outro grupo de vários batalhões da PM ocupou a região do Largo do Coqueiro enquanto especialistas do batalhão florestal se concentraram nas áreas de mata.
Os policiais federais também apoiavam a operação com homens do grupo de elite. Os homens do Exército faziam um trabalho de contenção: à medida que os policiais avançavam os militares tomavam os territórios.
Em apenas uma hora e vinte minutos de operação foi anunciada oficialmente a retomada de um dos morros mais perigosos do Rio de Janeiro.
Alcançados os pontos estratégicos veio uma nova fase. Foi feita uma varredura na comunidade em busca dos bandidos. Informantes da polícia, que têm a identidade protegida, apontaram os esconderijos dos traficantes e onde eles escondiam drogas e armas.
Por fim, as bandeiras do Brasil e do Rio de Janeiro mostram que a tática de ocupação fez este dia histórico terminar de forma diferente para a comunidade do Alemão, sem a prepotência dos traficantes que durante anos dominaram a região.
G1