Aplicativo criado na Paraíba monitora a saúde do usuário através de relógio

O “Watchin” promete monitorar o estado de saúde do usuário, através da inteligência artificial. — Foto: Hugo GuilhermeUm serviço que une relógio de pulso, aplicativo de celular e profissionais de saúde, foi desenvolvido por uma empresa na Paraíba. A ferramenta chamada “Watchin” promete monitorar o estado de saúde do usuário, através da inteligência artificial. O serviço é direcionado às pessoas que precisam de cuidados especiais, como idosos; gestantes; portadores de doenças crônicas ou que sejam vulneráveis a oscilações no estado de saúde.

O aplicativo é um serviço que foi pensado a partir de uma situação delicada, quando a mãe da idealizadora do Watchin, Carolina Candeia passou mal e ficou 8 horas desacordada, sem conseguir pedir ajuda. O caso aconteceu em 2016, em João Pessoa. “Este fato marcou muito a vida de toda minha família e a minha em especial, pois depois do ocorrido resolvi voltar a morar com ela por um tempo”, relatou Carolina.

"O Watchin foi planejado com o intuito de levar às pessoas uma maior garantia de segurança e cuidado. Pessoas que querem se cuidar e cuidar daqueles que amam", falou Carolina.

Em 2017, Carolina teve a oportunidade de representar o Nordeste em um programa para mulheres empreendedoras, na Fundação Getúlio Vargas. A ideia proposta pela fundação era que as participantes criassem um novo serviço ou produto inovador, escalável e de impacto social. “Comecei a estudar o mercado, ver o que estava acontecendo dentro e fora do Brasil, percebi que as coisas estavam sempre convergindo para a tecnologia e o mundo digital”, contou.

Foi então que a empreendedora pensou em unir wearables (dispositivos vestíveis) com o serviço home care, já oferecido há sete anos pela empresa em que ela trabalha. Segundo Carolina, a ideia era encurtar as distâncias e intervir de forma preventiva no cuidado. A ideia acabou sendo vencedora do programa naquele ano.

“Poderíamos ter um cuidador remoto, sem perder o olhar, a experiência e a humanização do serviço”, disse a empreendedora.

Segundo Carolina, após o evento, o segredo foi buscar um dispositivo (wearables) que se adaptasse ao uso na área de saúde, através de alterações feitas na programação e infraestrutura da ferramenta.

Na fase de desenvolvimento do sistema, cerca de 300 pessoas participaram dos testes do produto. “Identificamos que a usuária tinha acordado diversas vezes durante a noite. Fomos checar a informação com a família [...] E de fato, naquela noite ela havia sentido muito frio e não quis acordar a filha para pedir uma manta. Isso é extremamente gratificante [...] a tecnologia identificou, os profissionais interviram. A sensação de segurança e cuidado é real”, relembra Carolina.

Atualmente, cerca de 100 pessoas são usuárias do Watchin. O serviço pode ser vendido em todo o território nacional. Além da Paraíba, atualmente, existem clientes nos estados de Pernambuco e Minas Gerais. Sobre a internacionalização do serviço, Carolina afirma que é uma etapa a ser realizada futuramente.

Aplicativo coleta de sinais biométricos
O relógio de pulso coleta os sinais biomédicos (frequência cardíaca, pressão arterial, oxigênio, horas de sono etc) através de sensores. Todos os dados são enviados via bluetooth para o aplicativo no celular. Pela internet, seja por 4G ou Wi-fi, as informações seguem para um servidor que na nuvem processa e armazena os dados brutos. Internamente, na empresa, um sistema de algoritmo trata as informações.

A partir de todas as informações coletadas, os profissionais de saúde analisam, traçam os alertas e intervêm sempre que percebem alterações nos dados obtidos. Mensalmente, são enviados relatórios aos usuários com as informações coletadas. Todo o monitoramento em tempo real é feito por oito profissionais de saúde e tecnologia.

*Sob supervisão de Taiguara Rangel

Fonte: G1PB