A Paraíba ocupa o 21º lugar no ranking de estados no consumo de agrotóxico. Segundo o estudo ‘Distribuição espacial do uso de agrotóxicos no Brasil: uma ferramenta para a Vigilância em Saúde’, o estado utilizou 1.631.397 litros de agrotóxicos em culturas como cana de açúcar, milho, feijão, banana, abacaxi e cítricos.
Dados da Organização Mundial da Saúde mostram 25 milhões de casos de envenenamento por agrotóxicos por ano, com 20 mil mortes registradas. Segundo a ONU, os agrotóxicos contaminam três milhões de pessoas todos os anos e o Brasil já é o maior consumidor do mundo desse tipo de veneno. De acordo com o estudo Geografia sobre o Uso de Agrotóxicos no Brasil, cada brasileiro consome, em média, 5,2 litros de agrotóxico por ano, direta ou indiretamente.
Na Paraíba, existiam 17.689 Segurados Especiais (denominação usada para identificar trabalhadores do campo) afastados de suas atividades, em 2016, segundo dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dadas as condições de trabalho, suspeita-se que boa parte deles tenha adoecido em consequência dos efeitos dos agrotóxicos.
Tramitação
A Câmara dos Deputados tramita o Projeto de Lei de número 6299/2002 que altera a forma de avaliar registros de agrotóxicos no Brasil. Pela proposta, o termo “agrotóxico” seria substituído por “produto fitossanitário”. A responsabilidade por conceder registros desses produtos não ficaria mais a cargo do Ibama, Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura. Com a mudança, apenas o Ministério da Agricultura concentraria todo o poder de decisão. “Somos contrários a esse projeto e lutaremos para que ele não seja aprovado. Esta semana encaminharemos expediente aos deputados do PV pedindo apoio nessa luta pela saúde dos brasileiros”, disse.
Fonte: Exatas News