Preso pediu para ser transferido para presídio onde foi decapitado na Paraíba

O preso decapitado dentro do Presídio Regional do Serrotão, em Campina Grande, tinha feito o pedido para ser transferido para a unidade prisional onde morreu, mesmo alertado sobre o risco de ser assassinado. Nesta sexta-feira (22/05), foi divulgado no JPB 2ª Edição o depoimento do detento à polícia, quando ainda cumpria pena no presídio do PB1, em João Pessoa.

O juiz de execuções penais de Campina Grande, Gustavo Tavares, afirmou à reportagem da TV Paraíba que não tinha conhecimento de que o apenado corria risco de morte.

No depoimento, o detento confessa homicídios praticados e afirma o desejo de voltar para Campina Grande por causa da proximidade com sua família. "Eu queria falar para a Justiça de Campina Grande para ver se eles me davam uma oportunidade de ir para o Serrotão, porque minha família é de lá. Hoje eu estou no caminho, a palavra diz que Deus faz com que nossos inimigos se tornem amigos", afirma ele sobre o risco que correria após a transferência.

Nas imagens divulgadas, câmeras de segurança de uma das guaritas do presídio do Serrotão e vídeos feitos por outros detentos mostram o momento em que um dos presos carrega na mão a cabeça da vítima. Em outro vídeo, outros presidiários gravam a cena também usando celulares livremente no pátio da unidade prisional. Um preso foi identificado e confessou o crime.

O crime deu origem a uma rebelião no dia seguinte. Os detentos do Serrotão, iniciaram um tumulto na manhã do dia 13 e, segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), o motivo da manifestação seria o cancelamento das visitas íntimas - medida tomada após a decapitação ocorrida no dia 12/05.

Na data que aconteceu a rebelião, às 14h30 os presos já tinham sido recolhidos e a cavalaria da Polícia Militar estava nos pavilhões. O tumulto foi encerrado por volta das 15h30. O incidente terminou com 20 presos sendo transferidos daquela unidade e, após uma operação "pente-fino", pelo menos 51 celulares e espetos artesanais apreendidos.

Fonte: G1PB