Após 3 dias de trabalho, o Exército Brasileiro finalizou as ações da operação 'Dínamo' em todo o país. Conforme o balanço, a Paraíba foi o sexto Estado brasileiro que mais apreendeu explosivos durante a operação.
No total, conforme balanço nacional da operação, foram apreendidos no Estado 128,6kg de material explosivo, número que também coloca a Paraíba como o terceiro do Nordeste no ranking das apreensões. Os dois primeiros Estados nordestinos são o Rio Grande do Norte, com 9.425 kg e Pernambuco, com 1.320 kg.
Esses dois estados fazem divisa com a Paraíba e, segundo o comandante da 7ª Região Militar (RM), general João Carlos de Jesus Correia, são esses os três estados do Nordeste em que há maior incidência de ataques a bancos praticados com o uso de material explosivo.
O general salientou que a operação deflagrada pelo Exército tinha como objetivo fiscalizar possíveis irregularidades na comercialização, no armazenamento e no uso de material explosivo em locais que, conforme o Serviço de Inteligência, há uma possibilidade maior de desvio desses materiais para práticas ilícitas, dentre elas os ataques a bancos.
Conforme o general, o levantamento do Serviço de Inteligência da 7ª RM, que engloba os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Alagoas, revelou que esses três primeiros estados são justamente os que concentram a maior parte deste tipo de ação criminosa no Nordeste.
Segundo o general Jesus Correia, o Exército não tem informações sobre qual a origem do material explosivo que é utilizado nessas ações criminosas e por isso procura atuar fiscalizando de forma global todos os locais em que há o comércio legal ou ilegal dos explosivos para tentar dificultar o acesso dos criminosos a ele.
“Infelizmente hoje não temos ferramentas que nos permitam identificar a origem desses explosivos. Estamos trabalhando para tentar identificar essa origem por meio das ocorrências de ataques a bancos, pois a partir desse desvendamento nós conseguiremos identificar quem realmente está desviando esses explosivos para colocá-lo como copartícipe dessas ações”, explicou.
Ao todo, segundo balanço da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército em Brasília, 19 pessoas foram presas na operação em todo o Brasil. Na Paraíba, conforme informações da Polícia Militar, ocorreram duas prisões, sendo uma no município de Soledade, Agreste, e outra no distrito de São José da Mata, em Campina Grande.
Conforme o tenente-coronel Ysmar Mota Soares, do 10º Batalhão de Polícia Militar, as prisões ocorreram em virtude do porte ilegal de explosivos e em um dos casos também houve um flagrante por porte ilegal de arma.
A operação 'Dínamo' foi realizada através de uma parceria do Exército Brasileiro com a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Advocacia Geral da União e a Justiça Federal. Na Paraíba, participaram da operação as polícias Civil e Militar, o Ministério Público, a Secretaria da Fazenda, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Segurança e Defesa Social.
AUMENTO NAS MEDIDAS DE CONTROLE
Indagado sobre a quantidade de explosivos apreendida pela operação 'Dínamo' em todo o país, que totalizou mais de seis mil toneladas, o general Jesus Correia disse não acreditar que haja um descontrole no uso irregular de explosivos no país.
“Essas apreensões e interdições não querem dizer que esses explosivos estejam sendo utilizados por delinquentes. Na realidade, a nossa fiscalização tem por objetivo verificar se as empresas estão cumprindo as normas previstas para o armazenamento e utilização de explosivos. Então, não existe descontrole, muito pelo contrário, nós é que estamos aumentando as medidas de controle”, afirmou o general.
Jesus Correia disse ainda que após as notificações o Exército definirá um prazo para que as irregularidades sejam corrigidas. No caso das prisões, competirá à polícia estadual realizar os procedimentos referentes aos flagrantes e encaminhar os inquéritos para a justiça estadual.
O representante da Advocacia Geral da União (AGU), Ubirajara Casado, explicou que durante a operação o Exército desempenhou a função de polícia administrativa, com a função de fiscalizar os locais e cumprir os mandados de prisão expedidos pela AGU. As investigações e outros procedimentos serão realizadas em um momento posterior. Dados da operação foram divulgados ontem no quartel do Exército, em Campina Grande.
Fonte: Déborah Souza-Jornal da Paraiba