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O VLT, hoje, está sendo executado apenas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). O superintendente executivo de Mobilidade Urbana (Semob), Nilton Pereira, acusa o governo do Estado de ter “abortado” o plano para implantação do VLT na capital, prejudicando a execução plena do projeto.
Além disso, Nilton Pereira afirma que o fato de o Estado não conceder o terreno para construção do Terminal de Integração Metropolitana inviabiliza a integração de ônibus urbanos ao VLT.
A construção do viaduto do Geisel estava inserida no projeto inicial de VLT, contudo, segundo o secretário de obras do PAC, Ricardo Barbosa, os recursos disponibilizados eram onerosos e teriam que ser pagos posteriormente pelo Estado.
Em virtude disso, o projeto de construção do viaduto do Geisel foi retirado do PAC, já que o Estado alocou recursos junto ao Ministério das Cidades na ordem de R$ 20 milhões para esta finalidade específica.
Para iniciar as obras do viaduto do Geisel, o governo do Estado aguarda até o próximo dia 25 o Departamento Nacional de Trânsito (Dnit) conseguir do Ministério do Planejamento a liberação de R$ 10 milhões que serão aplicados na desapropriação de uma área prevista no projeto elaborado pelo órgão nacional.
O projeto de VLT também previa que todas as ações seriam desenvolvidas pelo governo do Estado, no entanto, a tarefa foi assumida pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Com a saída do governo, para agilizar o processo, ficou a cargo da CBTU a realização de licitação para aquisição dos trens VLT, no valor de R$ 69 milhões. A licitação já foi concluída.
“Vamos ter um VLT confortável, climatizado e com segurança. Esse projeto está 100% andando normalmente, mas sem a construção do Terminal de Integração não será possível integrá-lo ao sistema de transportes”, disse o superintendente da CBTU, Lucélio Cartaxo.
Oito composições de VLT formadas por três carros de passageiros já estão sendo fabricados na cidade de Barbalha, no interior do Ceará, pela Bom Sinal, empresa vencedora da licitação. Os dois primeiros equipamentos devem chegar a João Pessoa no dia 28 de maio do próximo ano.
Na época de elaboração do projeto a proposta da Prefeitura de João Pessoa e governo do Estado era transformar em VLT a linha férrea que vai da cidade de Santa Rita a Cabedelo. A intenção inicial era recuperar todo o trecho e fazer, também, 28 km de ciclovias ao longo do percurso.
ESTADO ACUSA CBTU DE SE ANTECIPAR
Paralelo à aquisição dos equipamentos VLT, o Estado seria o responsável por construir o viaduto do Geisel e duas passagens sob os trilhos do VLT, nos bairros do Renascer e Jacaré, no município de Cabedelo, o que iria possibilitar a criação de terminais de integração. Segundo o secretário Ricardo Barbosa, com a participação da CBTU, coube ao Estado a execução de apenas 10% do projeto, etapas que poderiam ser realizadas independente da presença do governo do Estado.
“O governo abriu mão do PAC por algumas razões: já temos os recursos para construção do viaduto do Geisel e os trens já foram adquiridos pela CBTU. Com isso perdeu-se um pouco a finalidade, o objeto. O nosso projeto consistia na aquisição dos trens e revitalização da linha, mas a CBTU está fazendo isso e a proposta do PAC ficou prejudicada”, explicou Ricardo Barbosa.
Ricardo Barbosa acusa a CBTU de ter se antecipado em assumir o processo de licitação para contratação dos equipamentos VLT. “O projeto foi elaborado dizendo que o Estado iria adquirir os trens, mas a CBTU antecipou-se e fez essa parte”, salientou Barbosa.
De acordo com portaria publicada pelo Ministério das Cidades, no dia 30 de abril do ano passado, foram destinados para João Pessoa R$ 168 milhões para o VLT Metropolitano, corredor e viaduto, cujo proponente era o governo estadual. Outros R$ 188 milhões foram autorizados para a Rede Integrada de Corredores de Transporte Público, a ser desenvolvido pela prefeitura da capital.
Fonte: Michelle Farias-Jornal da Paraiba