Fiscalização do CRM-PB constata superlotação em hospital de Patos

O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) e o Ministério Público Federal realizaram na sexta-feira (16/08) uma fiscalização no Hospital Regional Janduhy Carneiro, em Patos, Sertão paraibano. Segundo o CRM, durante a vistoria foram detectadas mais de 40 irregularidades, que já haviam sido identificadas em outras oito inspeções na unidade desde junho de 2012. Entre os problemas encontradas está a superlotação em algumas áreas do hospital, como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A inspeção foi realizada  pelo diretor do Departamento de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça e pelo procurador da República em Patos, João Raphael. Além da UTI, as áreas amarela e vermelha do hospital também apresentavam superlotação. De acordo com com o CRM, havia pacientes que estavam na vermelha há mais de 24 horas e um deles morreu durante a  fiscalização. .

Foram constatados ainda problemas como escala de médicos incompleta, falta de privacidade na área amarela ( com homens e mulheres internados juntos), aparelhos quebrados, pacientes sem roupas hospitalares e até a inexistência de banheiros em algumas áreas.

O G1 entrou em contato por telefone com o Hospital Regional Janduhy Carneiro, mas ninguém da direção se encontrava no local. A Secretaria de Saúde da Paraíba também foi procurada e não se pronunciou sobre os problemas apontados pelo CRM até a publicação dessa notícia.

Os problemas do Hospital de Patos não são novidades. Em maio, atendendo uma ação civil pública movida pelo CRM, a Justiça Federal determinou que o governo do estado adotasse, com urgência, diversas medidas para solucionar as irregularidades que já haviam sido apontadas e listadas em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). A Justiça deu a administração estadual prazos que variavam entre 30 e 90 dias, de acordo com a natureza do problema, sob pena de multa em descumprimento.  Segundo o CRM, a fiscalização de sexta não identificou nenhuma melhoria na unidade.

Entre as soluções estabelecidas no TAC, destacam-se a ampliação do quadro médico, do número de leitos da UTI e da área vermelha; a fixação de biombos ou divisórias na área amarela do hospital para separar os pacientes por gênero, preservando dignidade e privacidade; e a construção de dois banheiros. Também foi estabelecido que o hospital precisa fornecer a escala médica até o dia 25 do mês anterior à sua previsão, indicando o nome completo e o CRM-PB do profissional; fixar as escalas médicas nos respectivos setores; fornecer roupa hospitalar para os pacientes internados para minimizar o risco de infecção hospitalar; e remanejar os leitos de modo a permitir uma distância minimamente segura entre eles.

Fonte: G1PB