Aids já está em cidades onde não há tratamento na Paraíba


Apesar da Aids estar concentrada nas cidades de João Pessoa (136 casos), Campina Grande (34), Bayeux (26) e Santa Rita (23), acomete paraibanos que moram no interior, onde não há tratamento para a doença. Cidades como Junco do Seridó, Pedra Branca e São José dos Ramos já registram a doença.

Quando o paciente recebe o diagnóstico, recebe também a recomendação médica de se deslocar até a capital ou Campina Grande para fazer o tratamento e pegar os medicamentos. A gerente operacional de DST/Aids e Hepatites Virais da SES, Ivoneide Lucena, disse que devido ao crescimento no número de casos da doença nos últimos anos, a Secretaria adotou algumas medidas emergenciais. Uma delas foi iniciar a descentralização do tratamento. “Nosso objetivo é implantar serviços para que as pessoas tenham tratamento em cidades mais próximas de onde moram, evitando o deslocamento até João Pessoa ou Campina Grande”, frisou.

A descentralização já foi iniciada nas Gerências Regionais de Saúde. A primeira cidade contemplada foi Patos, a 300 quilômetros da capital. A gerência de Cuité, no Curimataú, já disponibiliza testes rápidos de HIV e sífilis. Até o final do primeiro semestre, segundo informou Ivoneide, a meta é fazer o mesmo nas gerências de Catolé do Rocha e Sousa. “Até o final do ano vamos implantar em outras gerências para evitar o deslocamento dos pacientes”, comentou.

Outra preocupação é com as gestantes que moram no interior.

“Em muitas cidades as grávidas não têm acesso ao pré-natal e muitas vezes ficam sem saber se tem ou não o vírus da Aids e acabam passando para o bebê”, afirmou. De acordo com Ivoneide, essas ações devem ser concluídas até o final deste ano. Atualmente 80 cidades da Paraíba têm o teste rápido de HIV e sífilis.

De acordo com Ivoneide, profissionais do sexo, pessoas privadas de liberdade e jovens são o foco das ações de enfrentamento às doenças sexualmente transmissíveis. Pessoas com faixa etária entre 20 e 29 anos são as mais vulneráveis.

Para a distribuição de medicamentos contra as hepatites, a secretaria depende de autorização do Ministério da Saúde, que deve implantar um programa de computador para dispensação dos remédios. “Logo que essa pendência seja resolvida, os medicamentos sairão do Cedmex e serão entregues em outros espaços”, disse Ivoneide.

Ano passado foram 195 casos de hepatite A e 184 de hepatite B. O primeiro tipo da doença predominou em João Pessoa (113), Bayeux (17) e Santa Rita (6). Já o tipo B teve mais recorrências em Teixeira (35), Coremas (22) e João Pessoa (21).

JP Online