Estado ainda concentra a maioria das empresas no setor do Comércio e as micro e pequenas são responsáveis por 57% dos empregos gerados Do total de 63.070 mil micro e pequenos negócios na Paraíba, 32,6% estão na capital e 67,4% no interior. Os dados apontam o fortalecimento da economia nas pequenas cidades da Paraíba, sobretudo com a geração de mais postos de trabalho e integram o Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa, divulgado nesta terça-feira, dia 5, pelo Sebrae e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O estudo avaliou o desempenho na última década, de 2000 a 2010, das micro e pequenas empresas (MPE) do Brasil e revelou novos dados sobre o segmento na Paraíba. Entre eles, o setor da Construção civil desponta como o que paga os melhores salários. “Essa é uma pesquisa que consolida a correlação positiva entre o bom momento que a economia brasileira vem passando nos últimos anos, o aumento da renda média do trabalhador, o crescimento do mercado formal de trabalho e a redução da informalidade”, avalia o superintendente do Sebrae/PB, Júlio Rafael, que acompanhou a divulgação da pesquisa, em São Paulo.
“Importante levar em conta que 70% dos empregados em micro e pequenas têm média salarial de dois salários-mínimos, o que ainda é baixo, mas houve evolução significativa na última década”, considerou. Do volume de MPE sediadas na Paraíba, o anuário detecta 39 mil no setor do Comércio, seguido por 14 mil empresas de Serviços, 5,8 mil da Indústria e 3,9 mil concentradas no setor da Construção no ano 2010. A concentração das empresas no Estado também segue a tendência nacional onde o interior vem atraindo o maior número de empreendimentos. “Na Paraíba, a redução da concentração em torno da capital teve como importante vetor o fortalecimento dos arranjos e cadeias produtivas.
Em sua maioria formados por micro e pequenas empresas, os arranjos produtivos locais são iniciativas de atração de investimentos e de melhoria das condições de competitividade sistêmica no interior, além de fortalecer a base econômica regional, com destaque para o comércio varejista, o segmento têxtil e deconfecções, serviços, agropecuária, artesanato e turismo”, avalia Ivani Costa, economista e gerente de Estratégias do Sebrae/PB. Na distribuição do volume de empregos as micro e pequenas empresas empregam 57,6% do número total de empregos gerados (255,91 mil) na Paraíba durante o período do estudo. O setor do Comércio é o que mais emprega, com 63.842 vagas, seguido pelo de Serviços (35.145), Indústria (28.117) e da Construção (20.333), sendo 55% das vagas concentradas no interior e 44% na capital, João Pessoa. O setor com melhores remunerações são o da Construção, com média de R$ 796,00, seguido por Serviços (R$ 765,00), Comércio (R$ 733,00) e Indústria (R$ 728,00).
No Brasil Entre 2001 e 2009, o número de donos de micro e pequenas empresas e de trabalhadores por conta própria passou de 20,2 milhões para 22,9 milhões. Desses 22,9 milhões, quase 19 milhões são autônomos que conduzem o próprio negócio sem empregados e 3,9 milhões, empresários que empregam trabalhadores. Juntos, eles representam 22,7% da população economicamente ativa. As mulheres estão aumentando sua participação no mercado produtivo. Entre os empregadores, a proporção delas passou de 23,4% para 26,3% no período.
Em 2001, 29,6% dos trabalhadores por conta própria eram do sexo feminino, enquanto que em 2009 o volume passou para 33,5%. Do total de empregadores, 62,8% têm 40 anos ou mais e 60,1% possuem o ensino médio ou escolaridade mais elevada. Dos trabalhadores por conta própria, 59,6% estão nessa faixa etária e 29,4% têm no mínimo o ensino médio. As MPE estão contratando mais, formalizando seus funcionários e elevando salários num ritmo três vezes maior do que as médias e grandes companhias. A remuneração dos empregados cresceu 14,3% entre 2000 e 2010, em valores reais, já descontada a inflação. No mesmo período, os salários nas grandes e médias avançaram apenas 4,3%. Na média nacional, os trabalhadores das MPE recebem R$ 1.099. Já na região Sudeste, este valor sobe para R$ 1.199, a melhor média entre as regiões brasileiras.
O Brasil conta com mais de 6 milhões de empresas, sendo 99% delas micro ou pequenas. Destas, 62% possuem funcionários e 38% não têm empregados, mas geram ocupação para os proprietários. Na última década, as MPE geraram 6,1 milhões de novos empregos formais, 48% do total de postos de trabalho criados em dez anos. O número de pessoas com carteira de trabalho assinada por micro e pequenas empresas saltou de 8,6 milhões em 2000 para 14,7 milhões em 2010, o que corresponde a 51,6% do total de postos de trabalho em todo o Brasil. O comércio é o setor com o maior número de micro e pequenas empresas - 51,5% do total – e o que mais gera postos: 41% dos trabalhadores das MPE atuam na área. Em consequência, 38,2% da massa salarial das MPE é decorrente dos estabelecimentos do comércio.
Assessoria Sebrae