Polícias Civil e Militar prendem 15 pessoas acusadas de pistolagem em Patos e Catolé do Rocha

Cerca de 130 policiais civis e militares estão neste momento participando de uma mega operação denominada "Laços de Sangue", deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira(27) nas cidades de Patos, Catolé do Rocha, João Pessoa, e no Estado do Rio Grande do Norte. A mega operação policial tem o objetivo de reprimir três organizações criminosas voltadas à execução de pessoas.
De acordo com o delegado Cristiano de Araújo Jacques, as investigações são em torno de três organizações criminosas, das famílias Oliveira, Veras e Suassuna, que vêm se confrontando, e realizando várias execuções, que resultaram até o momento em cerca de 64 homicídios.
Segundo Jacques, uma característica marcante dos três grupos, é o planejamento de suas execuções, com todos os crimes previamente planejados, com tarefas bem definidas dentro da organização. Pessoas  financiam, recrutam mercenários, levantam os alvos e executam. 

O delegado revelou que o desencadeamento da operação policial teve que ser antecipado, tendo em vista, três execuções programadas, que aconteceriam no município de Catolé do Rocha, a mando do clã Oliveira. Os integrantes dos clãs residem em diversos municípios e Estados da Federação: Catolé do Rocha, Patos, João Pessoa, RN, CE.
Até o momento pelo menos 15 pessoas foram presas e 17 armas apreendidas. A operação ainda está em andamento e às 11h, os chefes das policias Militar e Civil darão entrevista com o balanço completo da Operação.
As prisões aconteceram duas em João Pessoa, 4 em brejo dos Santos, 5 em Patos, 4 em Antonio Martins(RN) e uma em Caraúbas(RN).
A operação está contando com policiais civis(5ªDRPC e 8ªDRPC), GAECO (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado\ Ministério Púbico da Comarca de Patos), Polícia Militar(3º BPM\Patos e 12º BPM\ Catolé do Rocha) e o Poder Judiciário(Comarcas de Patos e Catolé do Rocha).
130 policiais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelas Comarcas de Catolé do Rocha e Patos, coordenados pelos Delegados Regionais, André Rabelo(8ªDRPC) e Cristiano Jacques(5ªDRPC), além dos delegados Glauber e Simone Quirino, que foram responsáveis pelas investigações sobre as organizações criminosas.
Crimes aconteceram na maioria nas regiões de Catolé do Rocha e Patos
De acordo com a polícia, só este ano em Catolé do Rocha e outros municípios, foram registrados cerca de 04 homicídios, que somando com os crimes acontecidos em Patos, já apontam para o número assustador de 07 execuções, resultando um total de cerca de 64 homicídios, decorrentes da guerra das famílias Oliveira\Veras e Suassuna, que teve origem no município de Catolé do Rocha.
No município de Patos, o clã Oliveira é suspeito de envolvimento nos crimes:
Em 23.05.11, José Antônio de Araújo(Juninho de São Bento).
Em 24.05.11, foi assassinado Ramises da Rocha(Ramises).
Em 25.06.11, foi assassinado Aldo Suassuna de Sousa("MiMI": irmão de Silvio Suassuna de Sousa, mais conhecido por "Moça Branca", assassinado em 14.03.11, à mando da família Oliveira ).
Jacques destacou que dois dos pistoleiros, da família Oliveira, conhecidos por "Da Lua" e "Kleber Chocolate", foram presos pela polícia no início das investigações e estão respondendo a processo por homicídios praticados nas cidades de Patos e Catolé do Rocha.
Brigas entre famílias já duram mais de meio século
O delegado André Rabelo(8ªDRPC), ressaltou que o clima de terror que marca Catolé do Rocha e região começou por volta dos anos 50, quando duas das famílias mais importantes da cidade duelam pelo poder político da região, os Maias e Suassunas.
As famílias deram o pontapé inicial para os conflitos entre famílias e o clima acirrado foi reacendido a partir dos anos 90, por rixas entre os Oliveiras, Veras e Suassunas. "No entanto, na época dos Maias e Suassunas, os conflitos não eram tão graves como os de hoje. As duas famílias se enfrentavam, mas sem tanta violência. Porém, o clima acirrado serviu de precedente para o conflito entre Oliveira e Veras, que já se enfrentam a mais de 20 anos", disse ele.

Essa rixa entre Oliveira Veras, principalmente, teve início nos anos 90, quando membros das duas famílias se envolveram em uma confusão por motivos banais, em um bar na cidade de Brejo dos Santos, distante nove quilômetros de Catolé do Rocha.
Durante o confronto, um integrante da família Veras foi assassinado, e em represália, um Oliveira também acabou sendo morto. A partir disso, o ódio entre as famílias só aumentou, resultando numa série de assassinatos.
Vicente Conserva