Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, a educação superior no Brasil está concentrada na sua maioria nas mãos de instituições privadas. As instituições privadas já detêm 88% do ensino superior contra apenas 12% das instituições de ensino superior públicas.
Dados do INEP comprovam que o Brasil tem hoje cerca de 5 milhões de estudantes universitários, o que representa em média apenas 13% dos jovens do país, um dos menores índices de acesso em toda a América Latina. Para piorar, 74,6% desses estudantes estão matriculados na iniciativa privada, enquanto que em países como a Argentina e a Venezuela, essa inserção é bem maior: 19,3%, e 41%, respectivamente. (Fonte MEC).
Essa dura realidade do ensino superior no Brasil tem levado milhões de estudantes, na sua maioria filhos de pobres, a buscar alternativas para pagar suas mensalidades nas universidades privadas, já que as vagas nas universidades públicas estão cada vez menores. O Programa Universidade Para Todos – PROUNI, programa do governo federal que paga mensalidades para estudantes de baixa renda que passam nos seus testes, também não atende á todos que precisam estudar nas universidades particulares. Esse é o caso de Natália de Andrade, estudante da Universidade Paulista que tem um núcleo em Campina Grande – PB.
Natália é estudante da 5ª cadeira do curso técnico em enfermagem da referida universidade. Toda semana ela e alguns colegas, que enfrentam a mesma dificuldade para pagar suas mensalidades, saem ás ruas de cidades da Paraíba vendendo canetas ao preço de dois reais. Essa semana a cidade foi Patos: “O que nós arrecadamos ajuda no complemento para pagar a nossa mensalidade”, disse Natália.
O exemplo de Natália de Andrade demonstra a força de vontade da juventude brasileira em busca de dias melhores através da educação. Que seu exemplo de perseverança sirva para toda a juventude. O governo brasileiro tem que rever seu olhar sobre a educação no Brasil.
Jozivan Antero – patosonline.com
