Ricardo Coutinho dá adeus à aliança PSB-PMDB


"Não está escrito em lugar nenhum que a Paraíba tem que ser pobre e atrasada". Estas foram as palavras que coroaram o discurso do prefeito Ricardo Coutinho (PSB) nesta sexta-feira, dia 2, durante o festival de adesões e filiações de lideranças políticas e sindicais do PRP, PP, PV, PSB e PTB em sua marcha ao governo do estado. O recurso às "frases de efeito", aliás, faz recordar os discursos cassistas ainda nos anos do primeiro mandato de Cunha Lima.


Não só na teoria a tendência se confirma. Sem novidades, os destaques entre os reforços socialistas são os cassistas e suplentes de deputados Inaldo Leitão (federal), e Ricardo Barbosa (estadual). Biu Fernandes, Tarcísio Marcelo, Léa Toscano e Deusdete Queiroga estão entre outros 26 novos nomes nos quadros do PSB. Para Ricardo não bastou romper com o governador José Maranhão, ele foi à forra disparando críticas ferrenhas à postura maranhista.

"Eles acharam que poderiam implodir o PSB com essa cooptação de nomes, mas ganhamos emqualidade, em lealdade e nos livramos das quizilas que intrigavam nosso partido", argumentou Ricardo, tentando remediar as sucessivas perdas do partido e culpando Maranhão de liderar a debandada. O governador chegou a rebater à acusação afirmando que não sabia quem estava por trás das desfiliações, mas sabia quem estava à frente.

O pré-candidato ao governo ainda previu uma dura batalha contra o uso da máquina e propaganda e atacou: "O passado é uma roupa velha que não nos serve mais, 'eles' serão naturalmente excluídos de um novo processo alicerçado em uma base oposicionista", vislumbrou Coutinho.

Concluindo a ratificação do discurso de Cássio, Coutinho anunciou que vai trabalhar na elaboração de um novo projeto, popular e democrático para os paraibanos. Em relação às alianças, Ricardo arrematou "elas são naturais e necessárias para construção e operação da mudança em toda Paraíba". Por mais que Ricardo e Cássio desconversem, o tripé formado pela união das oposições, crítica ao governo do estado e defesa deum novo projeto para Paraíba afinam, irremediavelmente, os discursos tucano e socialista.