Efraim Morais desiste de concorrer ao Governo em 2010

O senador Efraim Morais, presidente do diretório regional do "Democratas" na Paraíba, já comunicou aos correligionários que decidiu retirar a pré-candidatura ao governo e que vai mesmo disputar a reeleição ao Congresso. Ele havia se lançado como opção ao Palácio da Redenção no bloco ligado ao ex-governador Cássio Cunha Lima, do PSDB, onde o senador Cícero Lucena pontifica como candidato ao Executivo. "Combinamos que iríamos buscar um nome para unir as oposições. Reconheço que, eleitoralmente, meu nome não viabilizaria essa unidade", confessou ele. Efraim reitera o argumento de que o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), adversário de Cícero, deve ser admitido na seara oposicionista, que engloba os opositores do atual governador José Maranhão (PMDB).


O DEM é avaliado como uma das principais forças políticas do estado, e quando se intitulava PFL, era uma espécie de fiel da balança nas disputas majoritárias. Efraim foi eleito senador em 2002, concorrendo em dobradinha com Wilson Braga (derrotado) e apoiando o candidato vitorioso ao governo, Cássio Cunha Lima. Em 2006, Morais indicou o ex-deputado estadual José Lacerda Neto como vice de Cássio. A chapa derrotou Maranhão nas urnas, mas foi destronada do poder por via judicial, graças a uma sentença do Tribunal Superior Eleitoral. Com tradição política no Vale do Sabugy, Efraim iniciou a trajetória como deputado estadual, alçando voo mais tarde como deputado federal. Chegou a ser primeiro vice-presidente da Câmara Federal e coube a ele dar posse a Lula como presidente no primeiro mandato. Mas teve uma atuação marcante na oposição a Lula e ao PT, sendo mentor da CPI dos Bingos, que causou dissabores ao Planalto. Primeiro secretário da Mesa do Senado, eleito em razão da habilidade na articulação de bastidores, Morais pilota uma estrutura que tem cinco deputados estaduais, dois federais (um deles, seu filho, Efraim, é presidente da Juventude Democrata Nacional), 39 prefeitos e uma grande quantidade de vereadores.

Detentor de prestígio junto à cúpula nacional, de quem recebeu apoio quando foi acusado de supostas irregularidades na Primeira secretaria do Senado, Morais é cioso da fidelidade partidária, e recorreu contra a posse do suplente Walter Brito Neto, que assumiu com a renúncia de Ronaldo Cunha Lima depois de ter ingressado no PRB. A questão foi levada a exame no Supremo, que deu ganho de causa ao DEM. Brito foi cassado e, em seu lugar, assumiu o major Fábio Oliveira, que atualmente ganha projeção nacional com uma PEC destinada a equiparar salários de policiais e bombeiros. Na recente onda de migração partidária, o DEM perdeu o deputado estadual Arnaldo Monteiro, que ingressou no PSC, e o suplente "Biu" Fernandes, que assinou ficha no PSB. Como dirigente, Efraim não pretende acionar a Justiça para reaver mandatos, mas confirma que a suplente Sara Cabral está lutando para conseguir o mandato de Arnaldo Monteiro. "Na verdade, essa questão da fidelidade é um tira-teima para a Justiça Eleitoral, que deve agir com rigor para fazer valer normas que ela mesma traçou", interpreta o parlamentar.