Vice-prefeito de João Pessoa é alvo da Operação Lava Jato acusado de receber propina da JBS

Resultado de imagem para Vice-prefeito de João PessoaA Paraíba está entre os cinco estados que entraram na rota da Polícia Federal em nova etapa da operação Lava Jato. Foi cumprido mandado de busca e apreensão no Edifício Fontana de Mari, no Altiplano, em João Pessoa. O alvo da ação foi o vice-prefeito Manoel Júnior (PSC). Ele foi o relator de medida provisória em 2014, cujo conteúdo foi alterado para atender os interesses da JBS. Na época, o então deputado federal militava no MDB e era próximo do presidente da Câmara, Eduado Cunha (MDB), hoje preso. Ao todo, 63 mandados de busca e apreensão e 19 de prisão temporária foram expedidos no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, cumpridos no Distrito Federal e em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraíba e Mato Grosso.

Entre as prisões já conhecidas estão as do vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos da JBS Joesley Batista e Demilton de Castro e o deputado João Magalhães (MDB-MG). A operação investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

A nova etapa da operação foi batizada de Capitu e é baseada na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB. Segundo as investigações, havia um esquema de arrecadação de propina dentro do Ministério da Agricultura para beneficiar políticos do MDB, que recebiam dinheiro da JBS, que pertencem aos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de medidas para beneficiar as empresas do grupo.

Os supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no MAPA teriam acontecido entre 2014 e 2015. A Polícia Federal apurou a atuação de uma organização criminosa na Câmara dos Deputados e no MAPA, integrada por empresários e executivos de um grande grupo empresarial do ramo de processamento de proteína animal.

Entre os atos de ofício praticados pelos servidores do MAPA destacam-se a expedição de atos normativos, determinando a regulamentação da exportação de despojos; a proibição do uso da ivermectina de longa duração; e a federalização das inspeções de frigoríficos. O grupo empresarial teria pago dois milhões de reais pela regulamentação da exportação de despojos e cinco milhões pela proibição do uso da ivermectina de longa duração.

Manoel Júnior à época dos fatos teria recebido 50 mil reais do grupo como contrapartida, em decorrência da tentativa de promover a federalização das inspeções sanitárias de frigoríficos por meio de uma emenda, cujo objeto tinha natureza totalmente diversa do escopo da medida provisória nº 653/2014 na qual foi inserida.

Teria havido também, por parte do grupo empresarial, o financiamento ilegal de campanha de um Deputado Federal para a Presidência da Câmara dos Deputados, em troca de atendimento dos interesses corporativos do grupo no MAPA; sendo de 30 milhões de reais o valor solicitado para tal financiamento.

Joesley havia sido preso em setembro do ano passado, por suspeita de que estivesse contando com ajuda do procurador da República Marcello Miller no acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República. Com informações do Blog de Suetoni Souto.

Fonte: Wscom