Vital do Rêgo é citado em nova delação e teria recebido R$ 8 milhões em propina

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo se mantém no cargo, mesmo após a abertura de inquérito contra ele na Lava Jato, mas denúncias de que o paraibano teria recebido propinas continuam a ser reveladas. O ex-senador foi citado na delação do executivo da JBS, Ricardo Saud.

De acordo com Saud, foram destinados R$ 35 milhões a pelo menos seis senadores em troca de apoio à reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). O delator citou Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Jader Barbalho, Eduardo Braga e Vital do Rêgo.

Os repasses  teriam sido feitos Joesley Batista que a seis senadores do PMDB: R$ 2 milhões para Valdir Raupp, R$ 8 milhões para Renan Calheiros, R$ 8 milhões para Eduardo Braga, R$ 8 milhões para Vital do Rêgo do PMDB da Paraíba, R$ 8 milhões para Jader Barbalho e R$ 1 milhão para o PMDB do Tocantins.

O lobista da J&F explicou que os R$ 35 milhões foram descontados dos R$ 300 milhões que estavam disponíveis para o PT usar na campanha, referindo-se a essa contabilidade como a “conta-corrente da propina”. O delator disse que Joesley Bastista, um dos donos da J&F, discutiu esse repasse com o ministro Guido Mantega.

Denúncias
Vital do Rêgo também é citado é citado na delação premiada do ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, como responsável, ao lado do ex-senador Gim Argello (PTB-DF), pela cobrança de R$ 30 milhões em propina de um grupo de empreiteiras cujos dirigentes temiam ser convocados para depor na Comissão Parlamentar Mista de Investigação (CPMI) da Petrobras.

Em abril o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, autorizou a abertura de inquérito sobre o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo Filho. Vital também é suspeito de receber recurso para campanha via caixa 2, no valor de R$ 350 mil. O inquérito foi aberto com base nas delações de Fernando Luiz Ayres, ex-presidente e fundador da Odebrecht Ambiental, e José de Carvalho Filho, ex-diretor da Odebrecht.

O ex-senador Vital do Rêgo emitiu uma nota oficial negando todas as acusações de irregularidades e afirmando que durante sua campanha política de 2014 todas as suas doações foram legais.

Veja nota: 
“Em 2014, quando disputou o governo da Paraíba, Vital do Rêgo recebeu doações legais do Grupo JBS. Elas estão na prestação de contas já analisada e aprovada pela Justiça. O ministro Vital desconhece os fatos narrados pelo delator e está à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários”.

Fonte - Blog do Gordinho