Déficit de enfermeiros no HU chega a 29,44%

Rizemberg FelipeO Hospital Universitário Alcides Carneiros (HUAC), de Campina Grande, pode ser obrigado a diminuir alas de enfermagem devido ao déficit de profissionais. Segundo levantamento do Conselho Regional de Enfermagem da Paraíba (Coren) realizado no primeiro semestre desse ano, existem menos enfermeiros no hospital do que o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). São 127 profissionais formados em atuação no local, mas o número recomendado é de 180 enfermeiros, ou seja, faltam 53.

Esse déficit de 29,44% de profissionais pode levar a interdição dos trabalhos dos enfermeiros a partir da avaliação do Coren. Segundo o presidente do conselho, Ronaldo Bezerra, que ontem inspecionou o HUAC, em algumas alas há a necessidade da presença de onze enfermeiros. Contudo, apenas sete fazem parte da escala, e todos no período da manhã, o que segundo Ronaldo, está colocando em risco a vida dos pacientes que estão internados, e que não estão sendo assistidos por enfermeiros no período da noite.

“Essa defasagem já foi identificada em outros momentos e nós notificamos o hospital para que houvesse o complemento do quadro. É feito um cálculo específico nas alas de enfermagem para ser definido qual o número mínimo de enfermeiros. E quando fizemos isso, detectamos que há um déficit de pelo 40% dos profissionais de enfermagem. Já entre os técnicos esse número é menor, cerca de 10%. Mesmo assim é um cenário preocupante, porque em vários momentos algumas alas estão ficando sem enfermeiros, o que não pode acontecer”, explicou o presidente do Coren, Ronaldo Bezerra.

De acordo com as prerrogativas da entidade, se não for encontrada alguma saída para solucionar o problema, será definido que algumas alas de enfermagem sejam interditadas para que os profissionais desses locais sejam deslocados para outros espaços, e assim cumprir com a regulamentação normativa da profissão. O presidente do Coren da Paraíba explicou que essa interdição do trabalho de alguns profissionais em determinadas alas é a saída mais urgente até que novos enfermeiros possam ser contratados para que o hospital se adeque às normas vigentes.

“Do jeito que está, o cidadão está no prejuízo. Uma vez detectado que não há a possibilidade de preencher as vagas de enfermeiros que estão abertas, nós vamos solicitar a interdição da ala, uma vez que o profissional de enfermagem acaba sendo sobrecarregado, correndo o risco de cometer erros, e isso não pode acontecer em tratamentos de saúde. Sabemos dos problemas que existem no hospital, mas nossa função como órgão público federal é de fiscalizar”, disse Ronaldo Bezerra.

Direção vai contratar 29 profissionais
A diretora do HUAC, Berenice Pereira Ramos, reconheceu a existência da defasagem de enfermeiros no quadro do hospital, mas apontou que está tomando as medidas necessárias para solucionar o problema. Ela afirmou que neste segundo semestre está em processo finalização de contratação de 29 enfermeiros, o que irá melhorar o quadro de profissionais no setor. De acordo com a diretora, a situação não é tão complicada como aponta o Coren, mas que nos próximos 15 dias, todas as vagas oferecidas já deverão ser preenchidas.

“Nós temos ciência da situação, mas é extremamente difícil cumprir todas as normas. Aqui nós não temos déficit apenas de enfermeiros. Faltam médicos, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais necessários para o atendimento em saúde. Nós abrimos uma seleção simplificada com 29 vagas para enfermeiros, dessas, já preenchemos 20, e em duas semanas acaba o prazo para os outros nove assumirem suas funções. A dificuldade existe, mas não estamos colocando em risco a vida dos pacientes”, garantiu Berenice Ferreira, apontando que ainda está aguardando a confirmação da União para a realização de um concurso público para a unidade.

Fonte: Givaldo Cavalcanti-Jornal da Paraiba